segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Passo I - Observação

Não é necessário que as duas pessoas que conversam e ou discutem conheçam a CNV para que consigam estabelecer uma linha de comunicação compassiva e assertiva, se apenas uma das pessoas conhecer e dominar verdadeiramente a consciência, o  que existe por traz do conceito de CNV é possível que haja de fato uma comunicação empática, mesmo quando um dos interlocutores "está chamando pra briga"!
 Marshal Rosemberg o psicólogo que sistematizou a Comunicação Não Violenta, acreditava que todos os seres humanos são compassivos por natureza e que o fato de nos desviarmos da nossa verdadeira natureza já é por si, um grande gerador de conflitos, quer sejam eles internos ou externos. (em outro post falaremos sobre isso)
O que faz a CNV ter sucesso naquilo que se propõe está no fato de que todos os seres humanos possuem necessidades em comum e a CNV é uma linguagem que visa trazer estratégias para suprir a necessidade das pessoas.  Em outro post trataremos apenas das necessidades humanas, por hora vamos nos ater ao primeiro passo para se estabelecer uma Comunicação Não Violenta.

OBSERVAÇÃO SEM JULGAMENTO

A observação sem julgamento e sem preconceito é o primeiro passo para se iniciar um diálogo, interno ou externo, isso porque 90% dos nossos sofrimentos -frustração, raiva, tristeza, mágoa... acontecem por causa das nossas interpretações e não pelo que de fato aconteceu! 

 "Primeiramente observamos o que está de fato acontecendo numa situação: o que estamos vendo os outros dizerem ou fazerem que é enriquecedor ou não para nossa vida? O truque é ser capaz de articular essa observação sem fazer nenhum julgamento ou avaliação "(Marshal Rosemberg, p.25) 

Embora pareça difícil, você pode fazer isso facilmente se conseguir visualizar aquela situação que te afetou como se os seus olhos fossem uma câmera de vídeo! Um exercício muito eficaz é anotar em uma folha de papel, primeiro anote tudo o que você sentiu e pensou de determinada situação e depois, no verso da folha, anote de novo apenas o que os seus "olhos de câmera" registraram! Faça o exercício, é libertador... e depois se quiser, me conte, pode enviar para o meu e-mail ou deixar aqui nos comentários... beijinhos de luz da Nayara... 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Comunicação Não Violenta


Comunicação Não- Violenta


       Criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg e ensinada há mais de 40 anos por uma rede mundial de mediadores, facilitadores e agentes voluntários, a CNV vem sendo utilizada por pessoas que desejam intervir e agir com meios práticos e eficazes a favor da paz. A CNV é uma linguagem de vida, uma linguagem compassiva e empática, uma linguagem que me ajuda a entender a minha necessidade e a necessidade do outro e mesmo em situações conflitantes é possível que todos se sintam satisfeitos! Utopia? Não. É o milagre da CNV! Uma linguagem de vida, capaz de mudar vidas. 

                                          Eu não sou violento!  

Algumas pessoas que me ouvem falar de Comunicação Não Violenta, rapidamente se defendem "Mas, eu não sou violento!", isso porque em geral, quando se fala ou se pensa em violência, é inevitável a associação com atos de agressão física. No entanto a CNV trata da violência invisível, aquela que Marshal Rosemberg dizia (e eu concordo muito com ele) que é a maior violência que existe. Ela está presente na maioria das vezes, de modo imperceptível, disfarçada, no ambiente de trabalho, em casa, na sala de aula... Este tipo de violência expõe às pessoas a situações ofensivas, humilhantes... De acordo com Leymann desenvolve-se em uma situação hostil em que um ou mais indivíduos coagem um terceiro indivíduo de tal forma que ele é levado a uma posição de fraqueza psicológica. Causam dor, tristeza, baixo desempenho e costuma gerar patologias na medida em que a "vítima" acredita ser exatamente o que seus agressores dizem que ela é. Nas empresas podem vir de gestores autoritários que abusam de seu poder e das situações de fragilidade de seus funcionários. Em casa pode ser entre pais e filhos, cônjuges. Na sala de aula, pode acontecer entre os colegas, entre professores e alunos...
Mentira, impaciência, culpa, manipulação, exclusão configuram alguns tipos de violência invisível. A CNV é uma conversa interna e também externa, entre outras coisas trata da intenção, da sua intenção ao entrar em uma conversa. No meu workshop "Diálogos Conscientes" costumo fazer essa pergunta "Você entra em uma conversa para ouvir ou para mudar o outro?" A sua resposta, acredite, faz toda a diferença!


                       Para que serve Comunicação Não Violenta?

De forma geral, para superar e ultrapassar conflitos imobilizadores e/ ou violentos, muitas pessoas usam a CNV para mediar conflitos, mas os grupos com quem trabalho usam CNV para se comunicar de maneira eficaz e positiva no trabalho, em casa, com os filhos, com o cônjuge, com os alunos... Principalmente quando a conversa tem alguma "carga emocional". 
CNV envolve autoconhecimento e muita consciência dos seus desejos mais íntimos! A maior dificuldade reside no fato de que não nos permitimos nos conhecer profundamente e nem sempre reconhecemos as nossa próprias necessidades o que torna mais difícil reconhecer a necessidade do outro e por isso a Comunicação Não Violenta deve ser vivenciada dia após dia, para que obtenhamos a prática de usá-la.
A CNV foca nos pontos comuns entre as pessoas, valorizando e celebrando as diferenças e assim destruindo o mal-estar que costuma permear alguns relacionamentos.

                                                   Quem usa?

Pessoas que desejam melhorar suas relações interpessoais, mediadores de conflitos, psicoterapeutas, famílias, educadores, ONGs, comunidades, instituições, organizações de todos os setores, empresas, líderes e também é bastante utilizada no âmbito político e em conflitos internacionais.
Aqueles que se apoiam na Comunicação Não Violenta (chamada também de Comunicação Empática) consideram que todas as ações estão originadas numa tentativa de satisfazer necessidades humanas, mas tentam fazê-lo evitando o uso do medo, da vergonha, da acusação, da ideia de falha, da coerção ou das ameaças. 
O ideal da CNV é conseguir que nossas necessidades, desejos, anseios e esperanças não sejam satisfeitos às custas de outra pessoa. Ela é capaz de criar relações pacíficas entre as pessoas e é Muito útil para promover conexão consigo mesmo e com o outro.
No entanto, CNV não é um conjunto de técnicas que você vai aprender e vai sair usando mecanicamente e por isso terá sucesso! Não. CNV é muito mais que isso, sequer é um modo de vida. CNV é uma escolha! Todos os dias você acorda e valentemente decide, escolhe viver CNV! 

Nayara Ramos
Instagram: alemdaconversa