quinta-feira, 14 de março de 2019

Cantinho do pensamento não é legal






O que você sentiria se o seu chefe ou o seu companheiro(a) te olhasse bem nos olhos segurando os seus ombros e dissesse “Eu não gostei do que você fez, vá agora para a sua cadeira e pense nisso, você só vai sair de lá quando eu for te tirar e depois que você me pedir desculpas!”. Ficaria feliz pela ajuda? Aborrecido (a)? Frustrado (a)? 
Imagino muitas coisas que você poderia sentir ou não sentir ao passar por esta situação e entre as coisas que eu tenho certeza que você não sentiria, estão os sentimentos de amor, cuidado e carinho...
Então eu te pergunto:
Como as nossas crianças se sentem ao serem tratadas dessa forma!? O que elas pensam sobre você, sobre si mesmas e sobre quais decisões tomarão futuramente a caminho do cantinho do pensamento?
Pois eh, eu não sei! E provavelmente você também não... porque quando mandamos as crianças para o cantinho do pensamento além de não estarmos lidando com o problema e com todas as emoções e dúvidas, ainda estamos mandando que ela pense em algo sozinha e que muito provavelmente ela nem queira pensar!
Não podemos controlar o que as crianças pensam e ali no cantinho em que deveriam refletir sobre o próprio comportamento, talvez estejam pensando sobre o seu comportamento e enquanto umas estão cheias de mágoa e raiva, outras estão pensando em vingança e em como não serem pegas da próxima vez e ainda há aquelas que pensam em como são “más” ou “não aprendem nada” ou que “nunca serão boas o suficiente”.

Se esta leitura fez sentido para você, então você está convidado a aprender e a ensinar ao seu filho e/ou alunos sobre a importância da “ PAUSA POSITIVA” e quem sabe, criar junto com eles ou elas “O CANTINHO DA CALMA” ou qualquer outro nome que vocês queiram dar... 

 O que você precisa saber sobre o espaço para dar uma “PAUSA POSITIVA” \o/


·         Antes de usar o “cantinho da calma”, converse sobre a utilidade do espaço e ensine às crianças sobre o valor de se acalmar e como é importante que todos se sintam mais calmos antes da resolução de conflitos; 

·         Ensine às crianças que quando se sentirem melhor, devem procurar a solução para o problema. Neste momento, a criança deve procurar o adulto (pais, responsáveis ou professores) e conversar sobre o que aconteceu, nem sempre será necessário falar sobre o assunto, às vezes só a pausa já é suficiente para resolver o problema de comportamento; 

·         Se for preciso conversar após a pausa, tente usar perguntas que estimulem a curiosidade, ajudando a criança a explorar as consequência das suas escolhas e focar em soluções; 

·         Você precisa ser o espelho da criança nesse momento e por isso também deverá fazer pausas positivas quando precisar! 

·         Os adultos e as crianças podem ter lugares diferentes para o momento da “pausa positiva”; 

·         Deixe claro que o “tempo positivo” não tem a intenção de punir ou causar sofrimento; 

·         Quando você perceber que a sua criança precisa de uma pausa, você pode perguntar a ela, respeitosamente, “Te ajudaria ir para o ‘seu lugar feliz?”; caso ela não queira você pode oferecer-se para ir junto “Você gostaria que eu fosse com você”?  (se você não estiver irritado também, não há problema, neste momento o foco é fazê-la se sentir melhor, para que vocês possam conversar e ela aja melhor de uma próxima vez), caso a resposta ainda seja negativa, você pode dizer: “Tudo bem, então eu vou” e vá mesmo, mostre pelo exemplo que dar um tempo não é ruim! 

·         Crie o espaço, junto com as crianças, escolham o tema, decorem, decidam quais brinquedos irão para este lugar especial. 

·         Ofereça sugestões de coisas que possam ser feitas: ler, brincar, descansar, ouvir música, colorir, desenhar... 

·         Deixe que as crianças deem um nome para o espaço, caso elas queiram - por exemplo se a decoração for de animais de fazenda, o nome pode ser “Fazenda do (a)...” Jane Nelsen, fala sobre uma professora que fez uma vovó de tecido bem fofa e quando era preciso, perguntava aos alunos “Te ajudaria ir sentar no colo da vovó por uns minutinhos?”. O cantinho também pode ser um balanço no quintal, um  puff bem grande para se aninhar... O importante é a criança escolher um lugar e objetos ou atividades que a façam ficar bem, e fique lá até que esteja pronta para ser respeitosa e ou dialogar.

Importante 1: Se a criança não tem idade suficiente para ajudar a planejar esse cantinho, então também não tem idade suficiente para usá-lo.

Importante 2: Alguns adultos questionam esse “cantinho divertido” por achar que ele seria uma recompensa pelo mau comportamento, eles ainda acreditam que as crianças devem “pagar pelo que fizeram” sendo punidas e ainda não entenderam que “as crianças agem melhor quando se sentem melhor.”

Depois que vocês criarem o seu cantinho, conta pra mim, vou amar saber...
Vou ficando por aqui... Desejo uma excelente harmonia para a sua família e o bem-estar de todos os seus, hoje e sempre! 

                                                                                                Por Nayara Ramos
                                                         *baseado nos princípios de Disciplina Positiva de Jane Nelsen.


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